Praslin, Praliné, Pralines, Pink Praline e Praliné Belga

Vamos falar das suas diferenças?

Apesar de compartilharem a mesma etimologia e serem feitos com ingredientes similares, o praslin, praliné e pralines são produtos distintos. Além disso, a palavra "praliné" pode gerar certa confusão na Bélgica, onde a combinação de praliné com chocolate é amplamente conhecida como praliné belga.

O termo "praliné" tem origem francesa, ligado ao Marechal César de Choiseul, 1º Duque de Choiseul, Conde de Plessis-Praslin (1598–1675), um soldado e diplomata francês do século XVII. Foi o cozinheiro do Marechal quem criou uma amêndoa caramelizada, que passou a ser chamada de praslin. Na França, o desenvolvimento do praslin seguiu dois caminhos: a transformação do praslin em uma pasta (praliné) e em uma placa (pralines).

Resumindo...

Praslin: amêndoas ou avelãs caramelizadas, quebradas em pequenos pedaços ou transformadas em uma fina farofa. São utilizadas para agregar crocância a doces como tortas, sorvetes, parfaits, entre outros.

Praliné: uma pasta feita de amêndoas ou avelãs e açúcar, geralmente em proporção de 50/50. Muito utilizada na confeitaria como recheio de bombons, bolos, brownies, trufas, cremes e outras preparações. Aliás, criei uma trufa de praliné FANTÁSTICA que está disponível no curso Festival de Ganache, vale a pena conferir o método correto de fazer o praliné.

Pralines: em formato de placa, também feitas com caramelo, amêndoas ou avelãs. Um exemplo popular é a nossa querida receita de pé de moleque.

Existe ainda uma variação exclusiva da região de Lyon, na França, chamada pink praliné, um praslin rosa usado principalmente para decorar brioches.

Embora originalmente feitos com amêndoas ou avelãs, hoje em dia outras oleaginosas, como nozes, castanha-do-pará e amendoim, também são utilizadas. É possível, inclusive, fazer um mix de oleaginosas. Adicionar especiarias à calda de açúcar pode conferir um toque especial às receitas, sugiro canela, noz-moscada, anis estrelado, cardamomo, cravo e baunilha.

O Praliné Belga

A história do praliné belga está ligada à Neuhaus Chocolate, uma gigante no mundo dos chocolates. Em 1857, Jean Neuhaus, um suíço com raízes italianas, mudou-se para Bruxelas, onde abriu uma "doçaria farmacêutica". Ele vendia balas para a tosse, xaropes para o estômago e chocolate amargo, que à época era mais um remédio do que um doce. Para atrair seus clientes, Jean cobria os medicamentos com uma fina camada de chocolate. Em 1912, seu neto, Jean Neuhaus Jr., teve a ideia de criar o praliné belga como o conhecemos hoje: chocolates recheados com oleaginosas em vez de remédios.

Três anos depois, em 1915, Louise Agostini, esposa de Jean Neuhaus Jr., desenvolveu uma elegante caixa de presente para proteger os chocolates e apresentá-los de forma atraente, o famoso ballotin. Essa caixa tornou-se icônica na tradição do chocolate belga, substituindo as simples embalagens da época e revolucionando o setor de embalagens para chocolates.

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